Somos referência e parceiros dos nossos clientes no desenvolvimento de pessoas.

Ernesto Harberkorn

Fundador do NETAS

Nasci em 1943. No meio da segunda Guerra Mundial. Meus pais, imigrantes judeus, fugiram da Alemanha e conseguiram escapar dos campos de concentração nazistas. E claro, isso me condecorou com uma educação super rigorosa. Começo minhas palestras contando a história dos “passos largos, non gasta o sola do sapato. É caro!”, recomendação que minha mãe dava quando me comprava um tênis novo.

Da infância me orgulho das medalhas que o diretor da escola colocava no peito dos três melhores alunos da classe. Tinha uma empregada que não deixava eu entrar em casa se chegasse sem ela, no último dia de cada mês. A infância foi muito dedicada a esportes. Recomendação médica, já que tive um início de paralisia infantil e na época não havia vacina. Joguei (era baixinho, logo...reserva!) no time de Voley do Paulistano. Quando, em jogo de campeonato, não entrava em campo, minha mãe peitava o Técnico: - Mas moço, eu paguei “o mensalidade” do Clube! Porque meu filho “non” jogou??

A faculdade não foi a opção mais desejada. Queria fazer Engenharia, mas nunca consegui entender uma única fórmula de Química. Então fui fazer Administração de Empresas. Na FGV. No último dia de aula do último ano, quase fui expulso e fiquei sem o diploma. Ao responder ao Diretor o que tínhamos achado do curso, fui sincero, pelo menos no meu ponto de vista. Respondi, provocando risos da galera: -Achei o cúmulo do óbvio e do bom senso acochambradamente embromado!

Mas, mesmo assim consegui bons empregos. Na Consultoria Roberto Dreifus, DECA, Metal Leve, onde iniciei minha carreira de programador, depois de receber de um garoto o folheto de um curso de “Programação de Cérebros Eletrônicos”. E aí procurei, para trabalhar, somente empresas de TI: Máquinas Bull e ESC-Siemens. Mas esta encerrou suas atividades em 1974, por imposição da IBM, que colocou que se ela não saísse da área de computadores, também entraria no segmento de telefonia. Coisa de cachorro grande. E hoje, curiosamente, é tudo uma coisa só: Telefone, computador…celular.

Mas ficar desempregado foi bom. Sem alternativas, montei meu próprio negócio. A SIGA – Sistemas Integrados de Gerência Automática, vendendo o sistema que meu diretor pediu que desenvolvesse na ESC, para ser entregue aos clientes que adquirissem o novo computador alemão. Sistema esse baseado no primeiro livro que escrevi, depois de formado: “Introdução à Análise de Sistemas”. Quando pedi ao Diretor alemão autorização para usá-lo no meu novo negócio, ele respondeu, debochando e tirando ‘sarro’ da minha cara: - Claro, pode sim…se um dia funcionar!

A SIGA teve a vantagem de, na época, haver poucas empresas que ofereciam esse tipo de serviço. E com a entrada de Laercio Cosentino como sócio, surgiu a Microsiga, que depois virou a TOTVS e abriu o capital em 2006. Foram 32 anos de muito trabalho, muitas crises, noites em claro, mil “pepinos”, enfim uma jornada na qual por várias vezes pensamos em “jogar a toalha”. Mas no fim deu tudo certo. Tão certo que resolvi, depois do IPO e ser movido para o Conselho, onde se trabalha apenas um dia por mês, montar mais alguns negócios para me ocupar… e me preocupar. Ou, de vez em quando, me divertir.

O NETAS foi o primeiro, uma tentativa de ajudar as pessoas através de 10 Princípios de Qualidade de Vida. Com 2 espaços dedicados a hospedarem os eventos: o SPAventura e o Banana Bambu, tocados pelos 3 filhinhos, Patrícia, Daniela e Alex. A empresa ia aos trancos e barrancos, mas com a entrada da Tarsila e do Fábio decolou de vez. Seguindo a filosofia de “traga sempre pessoas melhores que você para te ajudar” também eles viraram sócios. Hoje é o Grupo NETAS.

E, para não deixar de ser feliz, ou seja, ter aquele orgasmo a cada vez que um programa (programa de computador!) dá certo, montei a ERPFlex, inovando sim, com a criação do primeiro ERP que roda na nuvem. Isso em 2007. E também aqui com sócios que sabem muito mais do que eu: Ary Medeiros e Luís Akira. E o filhinho, da Elaine, Murilo, talvez um dia pegue o “abacaxi”, substituindo a CEO Monica Melão! E tenho certeza de que, quando o Brasil, quem sabe, um dia, finalmente sair das intermináveis crises que temos, ela vai dar um baita lucro!

E para minha mulher, companheira de todas as horas, um Salão de Beleza, o Espaço BE. Assim corto cabelo de graça. E ela não reclama que eu trabalho demais. Ela também tem esse hábito/problema/satisfação.
E vamos tocando a vida. Escrevendo, fazendo vídeos e palestras e torcendo para ter trabalhado de manhã no dia em que, à tarde, Deus me chamar. Já bem velhinho! Assim espero.